sábado, 22 de maio de 2010

Capitulo 8 – Encontro


“Sabe quando temos aqueles encontros que não imaginavamos ter?Ou aqueles casos que não esperavamos ter nunca? Bom, foi bem isso mesmo que aconteceu. Eu encontrei alguem que não esperava encontrar justamente aqui e hoje. E agora. Mas fazer o que né?Vamos encarar as surpresas da vida.”

Estava no colegio sentada com a Gabi. Estavamos embaixo de uma arvore no jardim do colegio. Bom o colegio tinha um pequeno bosque que fazia a divisão com a praça Chuk’s. Estavamos lá. Era o terceiro periodo e foi vago. Então tinhamos tempo ate a hora do almoço.

Gabi: - Rose, me explica uma coisa, como voce vai fazer para se afastar do João?
Rose: - Bom por enquanto não estou indo na casa dele.
Gabi: - E sua mae diz o que?
Rose: - Bom ela fica perguntando por que eu não to indo mais para a casa dos Castellamere e tal. Ou então fica falando “voce esta muito sozinha em casa” – engrossei a voz para imitar a minha mae.
Gabi: - Entendo. E voce não sente falta dele? Poxa! Ele é um dos cinco meninos mais lindo da cidade. E te deu a maior atenção.
Rose: - Sim. Isso é verdade. Mas eu sei lá sabe. Acho que ele me ver somente como a irmazinha mais nova e tal.

Ficamos conversando mais alguns minutos ate sermos interropidas.

Flora: - Jararaca e Lesma. A dupla de burras antiadas.

Me levantei. A gabi se encolheu como sempre. Olhei dura para a cara de Flora.

Rose: - Vai continuar pertubando a Gabi e eu?
Flora: - E se eu não quiser parar?
Rose: - Vou fazer voce aprender querendo ou  não.
Flora: - Vem me ensinar então.

Não pensei duas vezes. Parti para cima dela. Derrubei ela com um empurrão de primeira. O salto dela não ajudou a manter o equilibrio. Me sentei no seu abdomen. Ele me olhou com medo. Mas já era tarde demais. Dei uns tapas no rosto dela. Ela tentou sair. Mas eu conseguir prender as minhas pernas com as delas deixando ela mais imovel ainda. Ela tentou revidar. Mas eu era mais rapida. Seu rosto já estava ficando rubro. Queria deixar a minha marca em alguem. E já que a idiota da Flora quis. Nem fiz questão. A Flora já estava gemendo de dor. Quando a Gabi conseguiu me tirar de cima dela.

Gabi: - Rose. Rose, chega. Ela já teve o que merece.

Sai de cima da Flora. Ela estava deitada ainda no  chão. Os gritos delas estavam abafados pela floresta. Então ninguem veio ver a briga. Ela me olhava assustada. Gritei com ela.

Rose: - Quero que voce fale para alguem que eu fiz isso. Que eu não vou so espofetiar a sua cara não. Vou deixar bem marcada. Agora suma daqui.

Ela levantou quase caindo. Quase não levanta. Eu e a Gabi saimos antes dela. Deixamos ela lá chorando. Não aguentei e comecei a rir. A Gabi me olhava. E não acreditava no que viu.

Rose: - Que foi Gabi? Não me olhe assim. Eu sei que voce tambem gostou. – sorri.
Gabi: - Nossa Rose, voce é doida sabia?
Rose: - Por que? So por que eu tive coragem de dar uma lição na Flora?
Gabi: - Sim. Ninguem nunca nem pensou em levantar as mãos para ela. E voce? Bom voce é louca. Mas confesso que eu gostei de ver ela apanhar.
Rose: - Sabia. – rimos enquanto entravamos para a sala.

As aulas finais passaram rapidas. E logo poderiamos sair. A Gabi me convidou para para ir na casa dela. Iriamos fazer uma festa do pijama. Estava anciosa. Já não aguentava mais ficar presa dentro de casa com a minha mae. Sofria mais em estar com ela do que ela poderia imaginar.

Rose: - Nossa! Sera que esse professor vai enrolar mais ainda? – falei baixo.
Gabi: - Não sei, mas se ele pegar nos duas de cochicho vamos ficar muito mais tempo.

Ficamos cochichando mais uns segundos ate perceber que o professor olhava para nós duas. Bom seria obivio que nossa tarde já estava perdida. Ele nos olhava e a Gabi se encolhia na cadeira de vergonha. Eu ao contrario desafiei o professor. Dei uma boa olha e levanteio queixo. Ele virou e continuou a aula. Não disse nada. Mas eu já esperava na hora da saida.

A aula bateu. Os alunos sairam. O professor me chamou e a gabi. Nos olhou de cima em baixo. E isso me irritou.

Professor: - Meninas essa é uma materia para o vestibular. Então se concentre. Não vou coloca-las em detenção hoje, por que foi a primeira vez. E espero que seja a ultima, enenderam?
Gabi e Rose: - Sim professor.

Saimos. E quando já estavamos bem longe da sala do professor, caimos na risada. Nunca rimos tanto juntas. Bom era otimo conversar com a Gabi. E hoje eu tereia um pouco de paz.

Quando chegamos no patio. Não esperava ver quem eu vi. Estava la lindo e perfeito. Seus cabelos que me encantavam. Quanto tempo não o via. Meses? Nossa! Que saudade sentia dele. E nem sei por que. Sinceramente queria correr e cair no abraço dele novamente.

Ele estava lindo. Com uma camisa preta, que marcava bem suas curvas de musculos. Uma calça jeans perfeita. Nossa como ele pode ser lindo assim? A Gabi me olhou, então percebeu o que tinha me pegado com tanta surpresa. Ao olhar nas mesma direção viu a mesma cena que eu.

Gabi: - Aquele é o...
Rose: - Sim é ele. O que ele esta fazendo aqui?
Gabi: - Voce ainda pergunta?
Rose: - Vamos sair antes que ele me veja.
Gabi: - Voce vai fugir dele?
Rose: - Vou? Por que deveria ficar aqui?
Gabi: - Rose deixa de paranoia. Voce deu uns bons tapas na Flora, mas não tem coragem de encarar ele?
Rose: - Bom... Bom ... Bom .. É diferente. Diferente! Muito diferente.
Gabi: - Ele é so uma pessoa como a flora.
Rose: - Ele  não é uma simples pessoa. Depois que eu me afastei dele. Percebi que ele era “a pessoa”. E voce sabe muito bem disso. Agora vamos. Anda!
Gabi: - Acho que é tarde demais. Olha quem esta vindo ae.

Olhei e quando eu vi. Ele estava a poucos passos de mim. Droga, Rose! Voce deixou ele te pegar mesmo. Eu me paralisei. Não sabia o que pensar. Me veio então o primeiro dia que encontrei ele.

{FlashBack}

“Querido Diario,

Bom. Faz tempo que nem penso em voce né? Mas hoje senti que precisava falar sobre isso com alguem. Como eu não posso falar ainda com a Gabi, preferir me desabafar com voce mesmo. Bom hoje eu conheci uma pessoa que mexeu muito comigo. Ele é totalmente diferente de qualquer um que eu tenha conhecido.

Ele é simpatico. Lindo. Gentil e acima de tudo normal. Ai voce me pergunta como assim normal? Sim. Normal. Bom ele é diferente do idiota Leo. Aquele maldito que so quis brincar comigo e meu magoar. Mas ele ainda vai ter o dele. Aaaaah si vai! Mas não to aqui para falar do filho de cruz credo. To aqui para falar do João Castellamare.

O João, tem tudo e diferente do filho de cruz credo, é mais simples que tudo. É diferente ate de mim mesmo. Pois eu tinha tudo e nunca fui humilde. Nossa agora me veio a Fernanda. Como sera que ela esta? Faz quase 5 meses que não a vejo. Sinceramente me deu saudade dela. No final das contas ela foi a única que não me virou as costas. Quem sabe eu ligo para ela? Mas dizer o que? ‘Oi, Fernanda como esta?’ Com que cara eu digo isso. Bom deixemos ela para lá tambem.

Agora tudo isso é passado. Minha vida esta agora em Naperville. Chicago ficou para tras, como tudo que eu tinha. Não sinto falta de nada. Apenas imagino como seria se eu  ainda estivesse lá. Talvez...

Talvez eu poderia ter conhecido mais a Fernanda. E poderiamos ser como eu sou com a Gabi. E ate talvez com o Caio.   Que bobagem Rose.

Bom.. Acho que por hoje é isso. Diario não sei quando eu volto a escrever em voce, por que finalmente eu tenho um amiga. Então não tenho tempo para escrever, se eu posso contar para alguem. J Bjs.
                                                          
                                                                                                          Rose Lopes”

{Flashback-fim}

João: - Rose? Rose? Tudo bem com voce?
Rose: - Ahn? Como?
Gabi: - Voce ficou parada, olhando para o nada. Como se estivesse voando no mundo da lua.
Rose: - Foi? Nem percebi.
João: - Então voces querem uma carona?
Rose: - Não precisa!
Gabi: - Roose!
Rose: - O que foi?
Gabi: - Deixa de ser grossa. Se voce puder João.
João: - Claro que posso. Tudo bem para voce Rose?
Rose: - Por mim? Aah! Claro.


Entramos no carro. Bom a gabi chata, sentou no banco de tras me forçado a sentar no banco do passageiro ao lado do João. Nossa, eu ainda eu mato ela. Aaaah se mato. Bom eu estava seria. A gabi estava no maior papo com o João. Nossa não acredito que ele veio no colegio.

Rose: - O que voce foi la no colegio? – disse interrompendo.
João: - Bom... Fui fazer uma visita para voce. Voce nunca mais foi la em casa. – disse natutalmente.
Gabi: - Que fofo. – seus olhos brilhavam.
Rose: - Shiiiiiiiiiiiu, Gabi. Mas não devia João.
João: - Oras por que não? Seu namorado não vai gostar?

Olhei para ele. Com aquela cara: “aaah! Fala serio!” mas simplesmente sorri. Olhei para frente e disse:

Rose: - Bom acho que não. Ele é muito ciumento, não é Gabi?
Gabi: - Aahhn? Cuma? Aaaaa siim. Ele é muito ciumento. – mim olhou e nos seus olhos eu via a seguinte pergunta, “por que voce faz isso comigo?”
Rose: - Viu João. Então não é bom que ele nos veja juntos.

A Gabi era um pessima mentirosa, espero que o João não tenha percebi isso. Eu e minha boca. Mas tudo bem. Sorri e continuei olhando a rua.

João: - Não tenho medo dele não. – disse quase rindo.
Rose: - aaah não?
João: - Claro que não. Oras somos amigos. Apenas isso. Amigos.
Rose: - Verdade. No final das contas somente amizade. Espero que o Caio entenda.
João: - Então esse é o nome dele?

Então eu percebi, que falei o nome do Caio. Sera que não tinha outro nome mais interessante para eu falar? Bom já que tudo era uma farça, faria bem feita.

Rose: - Sim. Ele é chicago. Lindo e perfeito.
João: - Chicago. Huuuuuuum!
Rose: - O que foi ?
João: - Nada. So acho que esta um pouco longe de voce agora, não acha?
Rose: - Voce já ouviu falar que para o amor não existe barreiras?
João: - Claaaaaaaaaaaaaaro. – disse sorrindo.
Gabi: - Chegamos. É so virar a proxima direita, João.
Rose: - Aleluia. – disse baixo para não escutarem.
João: - Como Rose?
Rose: - Nada. Obrigado pela carona.
Gabi: - Obrigado João. Foi um prazer conhecer voce.
João: - De nada. O prazer foi meu.
Entramos na casa da Gabi. Ele me deu aquele olhar reprovação. Como sempre seus olhos diziam muito mais que mil palavras. Já estava me acostumando com seus olhares. Ela era uma menina facil de descobrir o seus segredos.

Rose: - Ook oook! Eu digo quem é o Caio para voce.
Gabi: - Bom mesmo. Voce falou com tanta certeza o nome dele, que eu percebi que ele existia mesmo. – disse rindo.

Fomos para seu quarto. Ela sentou em sua cama e eu na escrivaninha. Ele me olhava com olhos cheios de gula de curiosidade. Sorri para ela como se quisesse fazer misterio. Mas a verdade era que eu não sabia como contar para ela. Teria que abreviar alguns detalhes de mentir em outros. Não queria que ela soubesse os erros do meu pai. Eu queria uma vida nova. Eu queria ter um novo futuro. Uma nova vida. Era so isso que eu sempre pedia todas as noites. Que isso não fosse um sonho, que quando eu acordasse meu novo futuro estaria ainda lá.

Rose: - Bom.... O Caio é...
Gabi: - É?????????
Rose: - Uma pessoa que eu encontrei quando eu ainda morava em Chicago.
Gabi: - E o que mais?

Rose: - Como assim o que mais?
Gabi: - Tem mais que eu sei!
Rose: - Nem tem. Eu encontrei ele de uma forma meio estranha.
Gabi: - Como assim estranha?
Rose: - O pai de Cassandra, uma amiga acabou sendo preso.
Gabi: - Nossa! Mas onde o Caio entra?
Rose: - Simples! Ele é um policial que trabalhava na delegacia.
Gabi: - Serio? Ele é policial? È bonito?
Rose: - Digamos que sim.
Gabi: - Mais bonito que o João?
Rose: - Mais ou menos.
Gabi: - Voce parece não gostar dele.
Rose: - Não é que eu não goste dele. Ele parecia ser legal. È muito bonito e tudo mais. Mas so encontrei ele uma vez.
Gabi: - Entendo. Aaah queria conhecer ele.
Rose: - Acredite, ele nem iria da atenção para voce.
Gabi: - Nossa Rose!
Rose: - Não Não! Não pelo o que voce pensou.
Gabi: - Então por que?
Rose: - Por que ele é crente. E voce sabe eles não dão muita atenção para quem não é crente.
Gabi: - Aaaaaaata. Mesmo assim queria conhecer ele.
Rose: - Gostaria de reve-lo tambem.

Então eu percebi, que eu sentia uma saudade inexplicavel pelo Caio. Nunca tinha pensado tanto nele como nesses dias. Ele me fazia falta nem sabia o por que. Queria ve-lo e nem entendia o por que.

Na casa da Gabi tinha computador. Bom pedia a ela para entrar pelo menos no meu orkut que fazia um seculo. Quando entrei minha pagina de recado estava com mais de tres mil recados. Sendo que eu não deixo recado nenhum. Todos com ofensas dos meus antigos amigos. Mas todos com quase dois meses já. Nada novo. Nas atualizações vi que o Leo estava namorado com a Julie a cinco meses já. Canalhas! Desgraçados! A Gabi não estava no quarto. Me deu um pouco de privacidade. Tambem tinha uma nova foto da Fernanda com um rapaz que ela acabara de postar no orkut. Entrei no orkut dela. Era uma foto dela com o ... com o Caio. So pode ser brincadeira. Ele estava mais lindo que nunca. Nossa chegou da um aperto no coração ao ve-lo.

Olhando mais algumas fotos vi que tinha uma foto dele sozinho. Salvei a foto no meu celular. Agora me explica para que eu fiz isso. Nem eu sabia o que estava acontecendo comigo. Não entendia mais nada.

Sai do orkut há tempo de Gabi não me pegar olhando as fotos do Caio. Ela entrou e eu tava vendo umas musicas para disfarçar. Ficamos conversando sobre algumas coisas. E depois famos jantar.

Tomei um banho e fui me deitar. A gabi ficou falando de varias coisas comigo. Era agradavel sua presença. Porem meus pensamentos estavam a quilomentros de distancia.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Capitulo 7 – Familia Castellamare


“E quando achamos que tudo pode ficar pior, vemos que nem estamos na metade ainda. Sera que tudo pode ser simplesmente mais um desejo do meu coração? Sera que um dia eu terei a paz tão sonhada? Sera que sonhar é pedir demais?”

Fiquei conversando bastante com a Gabi, ela me contou que depois do acidente o pai, se culpava sempre pela desgraça da filha. Mas que ela nem via assim. Via como uma forma de ser única e especial. O pai quase desistiu de ser policial. So não desitiu por que todos disseram que não era culpa dele.

Gabi: - Ate hoje ele se sente culpado.
Rose: - Entendo. Poxa olha as horas. Já esta tarde, é melhor irmos né?
Gabi: - Verdade.

Nos despedimos. Fui para minha casa. Já estava me acostumando com Naperville. Apesar de ficar no mesmo estado. O clima era totalmente diferente de Chicago. Havia uma brisa de veraneio. E flores. O perfume de flores era abundante na cidade toda. Pode ser por que todas as praças eram cheias de flores silvestres. Mas não importava. Comecei a dar valor nas coisas mais simples da vida. E isso me bastava.

Cheguei em casa. Minha mae, estava na sala cozinha, arrumando uns papeis sobre a mesa. Ela me olhou, sorriu. Tambem sorri para ela. Entrei no meu quarto. Coloquei minha mochila na cama. Olhei novamente a foto da minha familia na mesa.Voltei para sala. Sentei na mesa com minha mae. Era uma coisa que eu nunca tinha feito. Mas tudo um dia tem que mudar, não é verdade?

Rose: - Oi mãe.
Natalia: - Oi amor, como foi o dia?
Rose: - Foi bom mãe. Conheci uma menina muito legal. A Gabi. Nos tornamos muito amigas. – sorri. – Ela é muito legal mesmo, fomos na sorveteria e ela me apresentou um pouco da cidade. E como foi o seu?
Natalia: - Bom filha nosso dinheiro esta quase no fim, mas eu achei um emprego. Bem voce pode não concordar, mas quem sabe não melhore no futuro.
Rose: - Emprego de que mae?
Natalia: - Secretaria pessoal da Srª Castellamare. Ficarei como governanta na casa. Ela era um antiga amiga de minha familia. E quis me ajudar de alguma forma. Começo amanha mesmo.
Rose: - Nossa que bom, mãe.

Realmente eu estava feliz por minha mae. Amanha era feriado. Não teria aula. Então minha mae me convidou para ir conhecer a casa e ajudar ela. Eu aceitei. Esse dia foi realmente bom. Depois de tudo qua aconteceu, hoje eu iria dormir feliz. Realmente feliz comigo mesma e com tudo que tinha acontecido.

O dia amanheceu. Minha mae acordou cedo. Fez um café normal para nos duas. E saimos para o trabalho dela. Pegamos um onibus. E logo chegamos no nosso ponto. A casa da familia Castellamare era menor que minha antiga casa. E muito maior que a minha nova casa. Que ironia né?

Minha mae disse qua a familia era pequena. Dona Sophie só havia tido um filho, João. Mas ele estava em Nova Yorque, fazendo uns teste para a faculdade, e chegaria semana que vem. Minha mae tambem disse que ele era apenas um ano mais velho que eu. Mas que era para me ficar longe dele.

Natalia: - Rose, por favor se mantenha longe da familia ok?
Rose: - Claro mae. Tudo bem.

Minha mae começou seu trabalho. Bom ela so tinha que ajudar as domesticas meio que dando ordens sabe? Era meio tedioso. As veses minha mae ajudava a limpar algumas coisas. Eu cabei me cansado e fui sentar no jardim. Minha mae disse que não teria problemas. Sentei em baixo de uma grande arvore. Dava para ver a casa toda. Era como eu me lembrava da minha antiga vida. As janelas grandes que davam para ver o jardim, e eu acha que era o mundo. Não pensava eu que tinha um muro enorme me separando da realidade.

Todo dia era assim. Eu ia para o colegio e vinha direto para cá. Fiquei nessa rotina mais ou menos duas semanas. A Gabi já tinha vindo comigo aqui. Ela e eu ficamos debaixo da arvore. As empregadas amavam minha mae. Parece que a outra governanta era um demonio em pessoa. E eu sempre ajudava que podia. A arvore se tornou meu refugio. Lá eu ficava oras escrevendo minhas musicas. Bom detalhe depois que tudo aconteceu me voltei para a musica. Me distraia.

A arvore era no lado mas afastado da casa. Do outro lado da casa. No lado direito tinha a piscina. E eu achei ficar longe daquele lado seria melhor. Não queria causar problemas para  minha mae. Estava tudo indo bem.

xxx: - Ooh! Me desculpe. Não sabia que tinha alguem aqui.


Olhei. Me virei. Me levantei. Era um rapaz novo. Daria a ele vinte no maximo. Tinha o cabelo castanho. Parecia ter acordado agora. Detalhe era quase meio dia. Sorri, com o meu pensamento. Seus olhos tons de mel, penetrante. Seu cabelo desgrenhando dava a ele um jeito todo angelical. Seu sorriso era fora do comum. Único! Especial! Perfeito. Poderia ficar aqui somente olhando para ele e tudo bem para mim. Seu corpo era de uma formosura nunca vista. Tinha o corpo atletico, mas não demais. Tudo sobe medida.

xxx: - Tudo bem? Voce esta bem moça?

Foi então que me dei conta. Estava ao ponto de babar.

Rose: - Aaaah. Ola. Estou bem sim. Acho que o sol me deu uma tontura. Desculpe.
xxx: - Tudo bem. Qual o seu  nome?
Rose: - Rose. Rose Lopes. E o seu?
xxx: - Sou João.
Rose: - Voce é o famoso João.
João: - Uii nem sabia que eu era famoso – riu.
Rose: - Digamos que sim. Todos falam de voce por aqui na casa. – sorri.
João: - Bom. Verdade é bom saber disso. Desculpa se te atrapalhei, sempre me sento embaixo dessa arvore para ler, ou pensar. Mas acho que já tem uma nova dona.
Rose: - Imagina. Eu não sou dona de nada aqui. Se quiser eu saio para voce puder ficar socegado.
João: - Fique. Bom acho que a sombra da para nós dois não é verdade?
Rose: - Se voce acha isso. – me sentei e ele ao meu lado, sorri.
João: - Então voce é a filha de Dona Natalia né?
Rose: - Sim. E voce é filho da Sophie. – ri
João: - Isso mesmo. – riu.
João: - Quantos anos tem a mocinha?
Rose: - Nossa! Ninguem me disse que eu era uma mocinha. Tenho dezessete. E voce mocinho? – sorri.
João: - Tuchê! Não sou mocinho. – sorriu – Tenho dezenove. Estuda?
Rose: - Sim. No colegio High School Naperville. Acho que voce já se formou não é?
João: - Aaaaah! Assim não vale. Voce sabe tudo sobre mim e eu quase nada sei sobre voce. Bom sim. Eu me formei. De presente ganhei dois apartamentos. Um aqui e outro em Chicago.
Rose: - Por isso que quase não te vejo aqui. Não é?
João: - Sim. Eu fico mais no ape do centro. Como voce deve ter visto aqui é muito parado. Ae eu fico mais la. Mas as vezes venho para cá.
Rose: - Entendo. Deve ser legal morar sozinho né?
João: -   É sim. Voce nunca morou sozinha não é?
Rose: - Não. Não tive oportunidade. Historia longa.
João: - Rose. Voce é a filha do Jorge Bittencourt não é?
Rose: - Como voce sabe?
João: - Na epoca do escandalo eu estava em Chicago. Sai sua foto em todos os lugares. Não quis comentar nada antes. Mas eu te entendo. Pode contar comigo sempre, ok?

Do nada ele me deu um abraço. Me pegou desprevenida. Seu perfume era diferente. Amiscar com alguma outra coisa. Eu não sabia identificar. Era gostoso estar em seu abraço confortante.  Da mesma forma que ele me abraçou e me soltou. Ele me olhou e sorriu.

Olhei para ele confusa. O que aconteceu ali? Ele estava sorrindo e parecia realmente feliz. Eu não entendia ele. Mas para mim tudo aquilo estava bom, pela primeira vez tudo paracia estar no lugar. A Gabi e o João estavam me fazendo realmente bem.

Rose: - O que foi isso?
João: - Ah! Não sei. Senti que devia te dar um abraço e dei. Não gostou?
Rose: - Não. Ou melhor sim. Ahhh ! Eu não sei. Fiquei confusa. – corei.
João: - Calma Ró, eu não sou um bicho papão não, ok?
Rose: - Imagina voce ser um bicho papão. Então eu seria uma bruxa. – sorri.
João: - Como eu não sou um bicho papão, voce não é uma bruxa ok?
Rose: - Ok.
João: - Amigos?
Rose: - Huuum. Eu não sei se devo.
João: - Como assim? Não sabe se deve. Não entendi. – me olhou profundamente que quase enfartei.
Rose: - Aaaaah! Eu não sei. Tipo... – comecei a pensar.
João: - Tipo?
Rose: - Tipo que eu acho que não ficaria bom para voce andar com a filha de uma empregada.
João: - Rose, realmente não creio que voce acredite nisso.
Rose: - Mas é a verdade. Hoje minha mae é empregada da sua. E isso pode afetar sua imagem não é verdade?
João: - Rose eu não ligo para as aparencias. Eu ligo para o que a pessoa pode me oferecer.
Rose: - E o que eu posso oferecer para voce? Nada!
João: - Claro que pode. Sua amizade para mim já é muito. E eu não ligo se voce ser uma princesa ou uma plebeia. Para mim tanto faz, ok?

Ficamos sentandos conversando por bastente tempo. Falavamos de muitos assuntos. E sua grande maioria todos eram muito pararecidos. Tinhamos muitos pontos em comum. E a presença dele tambem agradava muito,  a tarde passou rapida. Como um foquete. Fiquei mais alguns minutos e logo entrei para dentro da casa para ajudar a minha mae. A minha mãe estava preparando umas compras. E ajudando a cozinheira.

Natalia: - Filha, me ajude aqui por favor.

Me aprosimei do canto em que minha mãe estava.

Rose: - Tudo bem mãe. O que voce quer que eu faça?
Natalia: - Pegue aquelas sacolas ali.
Rose: - Aqui mae.
Natalia: - Rose, sera que voce é burra ou o que?
Rose: - Como assim mae? Não pegue as sacolas certas é isso?
Natalia: -  Não é isso e voce sabe muito bem do que eu estou falando. Deixa de se fazer de santa.
Rose: - Pera! O que eu fiz? Por que tudo isso?
Natalia: - Rose, já disse que não queria voce conversando e nem se envolvendo com ninguem da casa. E muito menos do filho da Sophie.
Rose: - Como assim mae? Eu não fiz nada. – E pela primeira vez eu não tinha feito nada mesmo. – Serio mae! Eu não fiz nada. Ele que sentou ao meu lado. Voce mesma ve que a arvore que me sento é no canto mais recluso da casa.
Natalia: - Eu vi voce fazendo chamer para ele. Não venha me dizer que não eu vi. Quero voce longe dele. Entendeu? Me prometa!
Rose: - Prometo!

Terminei de ajudar a minha mae em silencio. E ela tambem não disse nada. A cozinheira nem olhou para nós. Era obvio que ela ouviu tudo. Mas não disse nada e nem se mecheu do local onde estava. Me sentei na mesa e fiz minhas lições ate minha mae já esta na hora de sair.

Fomos para casa. Aquele tinha sido mega estranho para meu gosto. Logo que chegamos minha mae foi fazer as contas. Sentou na mesa e eu tambem. Haviamos economizado muito durante todo o mês. E eu estava doida para pelo menos tomar outro sorvete com a Gabi. Ela sempre me chamava para sair, mas eu sempre estava sem dinheiro. Algumas vezes ela pagava para mim. Mas eu não suportava que isso acontecesse.

Natalia: - É ainda vamos ter que nos apertar mais um pouco. As coisas vão melhorar. Voce vai ver filha.
Rose: - Voce sempre esta dizendo isso. As veses que eu acho que nunca vai melhorar. Não estou suportanto mais isso. Para mim chega!
Natalia: - E o que voce quer que eu faça? Roube?
Rose: - Não sei! So não aguento mais isso.
Natalia: - Eu não tenho culpa pelas burradas de seu maldito pai!

Me levantei da mesa e fui direto para meu quarto. Ouvi minha mae gritando e chingando. Deitei e comecei a chorar. Fazia tempo que eu não chorava. Minha vida estava um droga. E tudo era culpa de meu pai. Lembrar dele me machucava muito mais do que eu queria. Não suportava saber dele. As vezes minha mae mandou algumas cartas e meu pai respondia. Mas eu não me importava com ele. Queria que ele morresse.

Capitulo 6 - Outras mudanças


“Bom a vida é assim, eu não suporto mais nem dia. Tudo esta me consumindo. Não aguento mais nem ver o dia nascer. Mas o bom de tudo é que as mudanças são mais rapidas do que pensamos. Nada se torna facil. Verdade! Mas eu tento ser ao menos mudada, pela minhas escolhas.”

Ele me abraçou. E depois me olhou. Lá estava o olhar. Aquele olhar era identico ao da Fernanda. Mas tinha muito mais ainda lá. Ele era tão especial. Estava fazendo minha vida ser especial. Ele me fazia me sentir especial. Sair do abraço dele. Com muita dificuldade confesso.

Ele me olhou e sorriu. Como um sorriso pode me incomodar assim. Nem era tão bonito o sorriso assim.

Caio: - Rose? Tudo bem?
Rose: - So quero que voce me deixe em paz.
Caio: - Deixa eu te levar em casa. Já esta tarde.
Rose: - Não precisa! Me deixe em paz. – a raiva explodiu novamente.
Caio: - Rose, tudo bem. Eu não vou te fazer mal.

Mas não ouvir. Sair andando e deixei ele parado lá. Nem me dei conta que estava vindo comigo. Ele simplesmente estava no meu lado. Não disse nada. E nem se preocupou com seu carro. Que ainda estava estacionado há varias quadras atras.

Eu cheguei no hotel. E ele ainda estava me acompanhando. Olhei para ele. Novamente o sorriso dele. Mas não conseguir resistir. Tudo aquilo era engraçado. Sorri tambem.

Caio: - Sã e salva. – deu um gargalha encantadora e contagiante.
Rose: - Mas eu disse que não precisava.
Caio: - Quis fazer isso. Voce não precisou, mas mesmo assim eu quis fazer isso.
Rose: - Voce é louco.
Caio: - Eu sei. Creia eu realmente sei que sou louco. Um dia voce vai entender, por que eu sou tão louco.

Ele me olhava. Parecia que ia me beijar comecei a me aproximar dele. Queria beija-lo. Estavamos tão proximos. Tão perto. Podeia sentir seu halito. Seu perfume. Era que loucamente exitante estar perto dele. Podia sentir meu corpo respondendo a vontade. Estava quase beijando ele que me surpreendi.

Caio: - Tchau Rose. Nos vemos por ae. – sorriu para mim.

Eu olhei para ele. Sorri sem saber o que tinha acontecido. Ele estava tão perto de mim.

Rose: - Tchau.

Não sabia o que aconteceu ali. Mas tudo foi tão rapido. Eu entrei para dentro do hotel e me deparei com minha mae fazendo as malas. Sera? Sera que tudo voltou ao normal? Sera que estamos ricas novamente?

Olhei para minha mae. Parecia que tudo estava voltando ao normal. Finalmente o normal. Minha vida estariamde volta no lugar. Ainda bem!

Rose: - Mae para onde vamos?
Natalia: - Estamos indo para uma cidade menor. Eu não consigo mais pagar o hotel. E nem seu colegio. Eles não aceitaram te dar a bolsa de estudos. Vamos embora ainda hoje faça suas malas.
Rose: Mas mae.
Natalia: - Mas nada Rose. Anda temos que pegar o onibus.

Comecei arrumando minhas malas. Era o fim mesmo. Meus sonhos acabaram desmoronando por aguas abaixo. Nossa! Quantas comparaçoes com agua a minha vida anda. Entramos dentro do onibus e viajamos quase a noite toda e a manha seguinte. Chegamos na cidade que minha mae queria durante a tarde.

Era um cidade pequena. Minha mae dizia que aqui ninguem nunca saberia do ocorrido. E seria melhor para mim começar vida nova. Talvez fosse mesmo. Tudo novo. Uma nova chance talvez. Algo que eu pudesse me orgulhar no fundo. Me deu uma saudade do Caio. Nem me despedir dele. Mas ele nem era tão importante assim. Mas eu sentia falta dele.

Compramos uma casa pequena em vila no em um dos bairros mais pobres da cidade. Não cheava ser uma favela. Mas não era nem de perto o melhor dos bairros daquela cidadezinha. E a casa era realmente pequena tinha apenas tres comodos e um banheiro incompleto. Me mae já estava arrumando tudo. Isso explica por onde ela andava esses dias. No quarto que seria meu, tinha uma cama e uma comoda. E um criado mudo, com um pequena foto de como era nossa familia. O quarto da minha mae não era tão diferente assim. E no outro comodo era a sala e cozinha, tudo junto separado apenas pela mesa. Minha mae tinha comprado alguns dos moveis, com o resto do dinheiro que sobrou. Era essa minha nova casa. Meu antigo quarto era praticamente a casa toda. E agora meu quarto mal tinha quatro metros quadrados.

Eu cheguei e fui logo dormir. Queria sair da realidade. Queria entrar no mundo dos sonhos onde eu poderia ser feliz como antes. Queria as coisas como eram antes nem que fosse no sonho.

Comecei a sonhar. Mas a única coisa que sonhava era com o Caio. Estavamos em um campo. Eu e ele. Estavamos felizes. Abraçados. Ele me acariciava mas não com desejo ou algo do tipo, apenas fazia um carinho. Falava coisas bobas somente para me ver sorrir. Eu gostava de estar com ele. E ele tambem. Acordei suando frio. Era tudo apenas um sonho. Percebi que estava em uma realidade tão distante daquele sonho. Eu nem me despedir dele. E talvez nunca visse ele outra vez.

No dia seguinte minha mae foi na escola nova onde eu estudaria ate terminar o colegial. Bom ao menos ninguem nunca saberia quem eu era. Poderia ter uma vida nova. Minha mae pediu total sigilo de minha vinda. Disse apenas que eu não precisava passar pelo o que eu passei na outra cidade. A diretora concordou. Ela era uma mulher alta e morena. Digna de atenção confesso. Poderia ate ser uma modelo se tivesse mais cuidado consigo mesma. A diretora aconselhou somente me resgistrar com o nome de minha mae. Tudo ficaria encoberto. Então de Rosemarie Lopes Bittencourt, fiquei somente assim Rose Lopes. Tudo já estava certo. Queria começar uma vida nova. Então não teria grandes titulos de vergonha, somente eu mesma.

Na minha sala todos me receberam com olhares curiosos. Eu era uma menina bonita verdade. Mas pela primeira vez em toda minha vida não queria chamar atenção. Sentei no lado de uma menina. Pelo visto era timida. Sorriu e logo se encolheu na cadeira. Sorri da atitude dela. E com isso ela tambem sorriu mais amplamentente. Seria um incio de uma amizade?

As aulas passaram rapidamente. Percebi que estava mais avançada que a turma. Ficou muito facil para mim. A menina que eu sentei do lado se chamava Gabriele, era filha do chefe policia, mas se afastou de todos por causa de acidente que ela sofrera quando criança ficando manca. So percebi quando fomos para area de almoço. Era uma menina muito legal no final das contas. Não tinha armaguras ou nada do tipo. 

Tambem conheci a Flora, era uma versão de mim do interior. Era a manda chuva. Era praticamente igual eu era. E sempre gostava de humilhar a Gabi. Ela se aproximou com suas amiga, as mesmas que um dia tambem eu já fui cercada. Era como se eu estivesse me vendo meu passado refletido ali na minha frente. Tudo estava voltando. Eu estava me vendo. Ela e suas cobrinhas me olhavam, mas era como se eu não estivesse ali. Em pensar que eu sempre usava esse olhar com a Fernanda. Senti pela primeira vez a falta dela. Ela era bem parecida com a Gabi. Atenção delas era a Gabi, o centro de deboches da escola, a única que tinha sido sincera e amiga desde que eu cheguei na escola.

Flora: - Olha! A manca e a novata. A dupla perfeita de roceiras e bregas.

A Flora se alegrava com sua façanha de humilhação. Sempre fiz isso com a Fernanda. E agora eu que sofria as piadas sem graças e sem sabor das cobras. Ela ria com as cobrinhas da cara da Gabi, que se encolhia com medo e timidez. Me irritou o modo que ela falava com a Gabi. Meu lado Bittencourt novamente floreceu nas veias. Não podia deixar barato isso. A amargura de tudo que eu tinha sofrido ainda estava na veias. Podia sentir o poder que eu tinha. Me levantei, com minha pose de menina da grande cidade. Dei o meu maior olhar de nojo.

Rose: - Quem voce pensa que é?
Flora: - Oras a novata sabe falar. Ou melhor latir.
Rose: - O meu nome não é novata coisa nenhuma, jararaca. E sim Rosemarie Lopes Bi... – lembrei que esse nome não era mais meu. – Rosemarie Lopes. E não sei se voce é uma cobra de criada ou foi feita assim mesmo. Mas não importa seja qual for não vou abaixar minha cabeça para uma vaca como voce. – olhei fuminate para ela, sentia ela tremer, sorrir. – Agora dê lincença e vai pastar com suas amigas cobras em outro lugar. Aaaah! E jamais volte a tratar a Gabi assim. – falei alto que todos olharam para nós.
Flora: - Como voce atreve? – disse tentando se manter no poder falso que eu um dia acreditei que tinha, e que ela hoje acreditava que tinha.
Rose: - Por que eu posso muito mais que voce idiota! – Sorri da cara dela.

Flore tentava se recompor das minhas palavras. Saiu quase sendo carregada pelas amigas. Tentou se manter na compostura, mas era um fracasso total. Ela talvez nunca tivesse sido desafiada assim. Mas eu sempre poderia desefiar qualquer uma. Eu era Rose Bittencourt, a menina mais popular da cidade de Chicago. Mas onde eu estou agora? Em Naperville. Mas o que isso importava! Eu era quem era. E não posso mais mudar isso. Olhei para a Gabi. Ela me olhava surpresa. Sorri.

Rose: - O que foi? – perguntei como se toda a cena jamais tivesse acontecido.
Gabi: - Nada. – olhou serenamente para mim. – mas ninguem nunca disse isso para Flora. Ela é a menina mais cobiçada da escola.
Rose: - Acredite, ela não é mais poderosa que voce e nem eu. – sorri para ela.

Ficamos conversando por mais alguns minutos ate o sinal tocar para a aula. A Gabi era uma menina simplesmente única. Mas sua essencia era igualzinha a Fernanda. A minha vinda para cá só fazia eu lembrar mais dela e ate sentir um pouco de carinho por ela. De alguma forma eu agora passava a entender mais ou menos a Fernanda e o Caio. Caio!? Lembrar dele era como tirar um pedaço de mim eu não entendia como isso era possivel. Eu so o conheci por um dia e ele tinha mais importancia do que certas pessoas que eu conhecia a minha vida toda. O fato é que sentia que ele tinha levado um pedaço de mim com ele. Ele parecia estar com um pedaço do meu coração com ele. Isso faltava em mim. E eu não tinha explicação.

As aulas passaram mais rapidas que as primeiras. A Gabi tambem estava adiantada nas materias, então ela me ajudaria depois. Nisso ficamos conversando enquanto o professor virava as costas. Riamos muito da Flora. Bom ela era nossa colega em Escrita. Eu não entendia no começo que aquela retardada estaria aqui em Escrita mas depois a Gabi me disse que a Flora tinha que ter alguma materia do tipo  no curriculo. Mas isso não era importante. Não aguentavamos e ficamos fazendo piadas toda hora. Algumas vezes o professor pegava nos duas rindo, mas quase não se importava. Enfim, adptei todos os meus horarios para ficar iguais os da Gabi.

 Na hora da saida chamei a Gabi para tomar sorvete e para me mostrar um pouco da cidade. De inicio achei que ela nem iria aceitar. Olhando a Gabi ela era linda. Tinha boa aparencia, um corpo perfeito, curvas perfeitas. E um cabelo extremamente lindio loiro longo. Seu único defeito seria o da sua perna esquerda. Algo tinha uma cicatriz enorme. Mas ao contrario do que eu pensava ela aceitou animada. Mais animada ate que eu mesma. Bom ela queria fazer exatamente isso. Queria poder sair com alguma amiga e se divertir.

Saimos e caminhamos um pouco. O colegio High School Naperville, era no centro da cidade, ficando proximo de exatamente tudo. Se bem que a cidade não era tão grande quanto Chicago era. Mas enfim, ali eu começaria vida nova. Tudo seria diferente eu seria melhor que eu fui, poderia ficar bem. A cidade tinha ate umas boas lojas de roupas. E eu já estava marcando com a Gabi para sairmos e fazer algumas compras. Tambem tinha varias praças lindas. E lugares bastante divertidos para ir. Compramamos um sorvete e fomos nos sentar para toma-lo em uma praça ali perto.

Olhei novamente para a Gabi. Sua paz era visivel. Não era como a Fernanda.. Mas era incrivel estar ali com a Gabi. Ela era a minha primeira amiga. E eu me sentia muito bem ao seu lado. Mas eu não parava de pensar como ela conseguiu aquela cicatriz.

Rose: - Gabi posso te fazer um pergunta? – perguntei receosa.
Gabi: - Claro Rose, pergunte. – deu um ega sorriso confortante.
Rose: - Bem é que eu nem sei como tocar no assunto.
Gabi: - Não tenha medo Rose. Acho ate que já sei o que voce vai falar. Mas diga vamos.- deu outro sorriso mais amplo.
Rose: - Bem Gabi.. Eu queria saber como aconteceu isso com.. Bem a ...O que aconteceu com a sua perna. – corei diante da pergunta que explodiu da minha garganta.
A Gabi explodiu em risos.

Gabi: - Poxa Rose. Voce encarou a Flora, mas tem medo de fazer um pergunta tão boba? – riu.– Bem vou te explicar. Quando eu era pequena levei um tiro na perna, por acidente do meu pai. Ele estava polindo a arma e não viu que estava destravada. Foi sem querer sabe. Mas atingiu o nervo sistematico da perna toda. Quase não sinto nada na perna.


- Nota da autora: Bom esse capitulo teve seu titulo original modificado, pois eu so percebi que tinha colocado o mesmo titulo para dois capitulos depois de ter postado na cmm, Bjs.

sábado, 8 de maio de 2010

Capitulo 5 – O começo

“Mentiras.. O mundo é formado na base de mentiras. Sim isso mesmo. Você vive a mentira de estar tudo bem. Você vive a mentira de que tudo era sera eterno. Você vive a mentira que Deus te ama. Mas no fundo tudo isso é mentira. O mundo em si é uma grande mentira.”


Aquela casa não era uma simples casa. Era a casa da Fernanda. Tinha varias fotos dela por todo canto. Então Ester deve ser a mãe dela. Enquanto ela tinha ido pegar uma toalha para me secar. Eu olhava as fotos. Em cada momento sempre era visivel o mesmo sorriso marcante e irritante dela.

Ester: - Minha filha. Minha única filha. Deus só me permitiu ter ela. E quase que a perco.

Eu levei um susto ao ver a Ester me olhando. Ela tinha um olhar calma e passivo. O mesmo olhar que a Fernanda.

Rose: - Como assim voce quase a perde?
Ester: - Quando ela estava nascendo, ela teve complicações. Mas eu sabia que ela viveria. Deus havia dito para mim, que atraves de minha filha pessoas com problemas voltariam para o amor de Cristo.
Rose: - Entendo. – sorri tentando ser o mais cortes possivel.

Ela me preparou um copo de chocolate quente. Estavamos entrando no inverno. Daqui para frente durante três meses chuveria muito e em alguns casos até nevaria. Estava preocupada. Em breve não teriamos mais dinheiro para ficar no hotel. Esses pensamentos fizeram as lagrimas sair novamente pelos meus olhos. Malditas lagrimas. Maldita vida. Que droga!

Ester me deu um lenço. Sequei na muita marra aquelas malditas lagrimas. Sinal de fraquesa. Fraca. Era isso que eu era. Fraca. Ester me olhava. Apenas olhava não dizia nada. Nem se que perguntou o que eu tinha. Era como se ela respeitasse a minha dor.

Ficamos assim caladas por um bom tempo. Ela olhava para a chuva. E eu olhava para as inumeras fotos. Eles tinham um lar feliz. Tudo era lindo ali. Tinha uma paz. Tudo era perfeito, como o meu lar nunca foi. Sentir que mais lagrimas viriam. Mas essas eu segurei. Com a mesma forma me levantei. Ester me olhou.

Rose: - Acho que esta na minha hora de ir.

Ester me olhou. Sorriu. E me acompanhou ate a porta. Mas antes que saisse ela me abraçou forte. Beijou meu rosto. Senti que aquilo era para debochar de mim. Sair de perto dela. Ela sorria.

Ester: - Lembre-se aqui você sempre tera um lar. Sempre que precisar, estamos com as portas abertas.

Sai e continuei caminhando na chuva. Claro que a Ester me ofereceu o seu guarda chuvas mas eu preferir não levar nada daquela casa. Por que tudo lá era diferente? Continuei caminhando. Ai lembrei que tinha que fazer uma coisa. Fui em direção a delegacia. Nem sabia se poderia entrar naquelas condições que eu estava. Eu estava toda molhada. Mas nem por isso deixei me abater. Afim ainda me restava um pouco de dignidade para poder andar de cabeça erguida. Entrei na sala e todos param para mim olhar. Já não estava tão molhada assim. A chuva já tinha parado. Então eu já estava um pouco mais seca. Me aproximei do balcão de atendimento.

Rose: - Gostaria de visitar o sr. Jorge Bittencourt.

O atendente levantou sua cabeça olhando para mim. Depois voltou a olhar para seus inumeros papeis. Isso me irritou. Por mais que meu pai tenha feito besteira. E como fez besteira. Desgraçado. Mas ser mal tratada assim para mim era demais. Meu orgulho falava mais alto.

Rose: - Gostaria de ver Jorge Bittencourt. E não me olhe com surpresa. Sou a filha dele, e sei que tenho direito de ver meu pai.

Ele me olhou  novamente. Mas não me deixei humilhar. Chega de humilhações por hoje. Agora quem manda aqui sou eu. E não esse ridiculo que esta na minha frente. Arrumei minha postura. E continuei encarando ele. Não me importava com mais nada. Eu quero! Eu posso! Esse era o meu lema.

xxx: - Sim senhorita. Aguarde um momento. O delegado já irar atende-la.
Rose: - Obrigada.

Dei a ele uma ultima olhada de arrogancia. E sentei na sala de espera. E para ser uma sala de espera, estava muito bem arrumada para uma delegacia. Então eu entendi, essa era a famosa delegacia dos ricos. Sorri com a ideia. Meu pai tinha feito mais uma delegacia enquanto estava na prefeitura. Era para seu amigos ricos, que não queriam ficar em celas mega aglomeradas. Pelo menos um luxo no final das contas.


xxx: - Senhorita Bittencourt? Prazer meu nome é Caio. Sou assistente do delegado Julio. Ele me pediu que a acompanhasse a senhorita ate a sala de visitas.
Rose: - Obrigada Caio.

Devo confessar. Caio era um jovem rapaz. Deve estar em seus vinte anos. Cabelos escuros. E olhos penetrantes. Me lembrava o Leo. Maldito Leonardo. Mas Caio tinha algo mais nele. Era muito simpatico. Tinha um sorriso perfeito. E o corpo então. Se eu não tivesse nessa situação de estar visitando meu pai na delegacia, eu pegava ele aqui mesmo.

Entramos em uma sala. Tinha uma mesa, e duas cadeiras. Caio ficou perto da porta que entramos. E eu me sentei, esperando meu pai entrar.

Não demorou muito e eu escutei a porta que estava do outro lado da sala se mexendo. Era então o momento. O momento em que eu ficaria cara a cara com quem destruiu a minha vida.

Ele entrou na sala. Pelo menos ainda parecia o meu pai. Estava ate com uma aparência apresentavel. Olhei para ele com desprezo. Afinal a culpa de tudo isso era dele. Dele e de mais ninguem. Maldito seja. Desgraçado. Mil vezes maldito.

Ele me olhava como se a vergonha fosse a ultima coisa que lhe restava. Queria que ele morresse. Talvez não me causaria tanta dor assim.

Jorge: - Filha? Como eu queria te ver.
Rose: - Digo o mesmo para você.
Jorge: - Como você esta filha? Bem?
Rose: - Como eu poderia estar bem, idiota! Você fez eu ficar pobre. Ser humilhada. Como quer que fique bem?!?
Jorge: - Sinto muito filha. Eu me arrependo amargamente disso. Fiz você e sua mãe sofrer.
Rose: - Você nunca tera perdão maldito desgraçado. Maldito dia que você veio nascer. Maldito o dia que eu nasci!
Jorge: - Filha por favor. Aqui não é lugar.
Rose: - Então onde é o lugar? Em casa para você poder me espancar? Te odeio com todas as minhas forças desgraçado, filho de uma puta.
Jorge: - Rosemarie Lopes Bittencourt, cale-se e vá embora agora.
Rose: - Não me chama assim. Você sabe que eu odeio esse nome!
Jorge: - Esse é seu nome. E aceite ele. Era o nome de sua avó.
Rose: - Maldita mulher que te colocou no mundo.

Minha raiva estava no limite. Queria fuzilar ele com meus olhos. Nem reparei que o Caio ainda estava na sala. Nada me importava. Somente que eu queria por meu odio para fora. Aquele homem desgraçou a minha vida perfeita. Meus sonhos. Tudo que eu tinha. Acabou! Acabou por causa dele.

Rose: - Eu te odeio por ter estragado minha vida! – gritei – Tudo acabou por sua causa maldito. Por sua causa.

Nesse momento de raiva nem vi ele se aproximando. Era o Caio. Seu perfume me atingiu. Ele me abraçou forte. Nunca senti tal abraço assim. E com isso ele me retirou da sala. Mas antes deu um pequeno sorriso para meu pai. Que olhava atentamente para mim e para o Caio.

Rose: - Me deixe. Eu ainda tenho coisas para dizer para ele.
Caio: - Rose. Chega. Já acabou. Você machucou seu pai da mesmo forma que ele te machcou. Ele já esta sofrendo. Eu vejo a dor dele todo dia. Agora você abriu mais ainda a vergonha dele. Ele agora sabe que você esta machucada.
Rose: - Mas...
Caio: - Rose, mas nada. Agora venha. Vou pegar um café quente para voce.

Ele me levou em direção ao seu carro. Bom não era um carro novo. Mas andava. Era simples mas confortavel. Tudo em Caio era simples. Comecei a reparar nele. Ele era a simplicidade em pessoa. Por que eu tinha que conhece-lo dessa maneira? Justamente aqui.

Ele ligou o carro. E me olhou. Deu um sorriso de matar. E olhou para frente. Ele me deixava sem saber o que dizer.

Caio: - Posso ligar o radio?
Rose: - Claro, Caio.

Ele ligou o som. Nossa nunca tinha ouvido tais musicas. Eram calmas e falavam de amor. Pera ai! Falavam do amor de Deus. Deus?!? Não pode ser! Ele de novo não. Olhei para Caio. Seu sorriso simpatico ainda estava lá.

Rose: - Caio, posso te perguntar um coisa?
Caio: - Claro que pode Rose.
Rose: - Você é crente?
Caio: - Qual sua definição de crente, Rose?
Rose: - Sinceramente não sei te explicar. – e eu não sabia, aquele pergunta me pegou de surpresa. – Bom acho que crente é quem vai a igrejas evangelicas com um biblia embaixo do braço. Bom acho que é isso.
Caio: - Bom Rose, você esta um pouco errada. – me deu um sorriso mais sincero que eu já tinha visto nele. – Eu sou sim evangelico. Batista para ser mais exato. Mas todos nós somos crentes. Crentes em alguma coisa. Eu creio em Deus vivo, e voce deve crer tambem, né?
Rose: - Eu não acredito mais em Deus. – falei com todas as minhas forças.
Caio: - Entendo. – e novamente me deu aquele sorrio.

Chegamos em uma lanchonete. Entramos. Todos olharam para ele. Era como se ele tivesse uma luz propria sobre si. Ele não era famoso. E se olhasse bem nem tão bonito assim. Mas sua simpatia era percebida a quilometros.

Sentamos. Logo nos atenderam. Ficamos no silencio de nossos pensamentos. Era tudo tão diferente com ele. Eu tinha paz. Ele tinha uma paz. Era diferente de todos os homens com quem eu sair. Todos me olhavam com desejo. Ele me olhava com simpatia. Ternura. Era tão facil ficar ao seu lado.

Então ele rompeu o silencio.

Caio: - Voce estuda no colegio sul não é verdade?
Rose: - Sim. Mas acho que não vou mais estudar lá não.
Caio: - Entendo. Talvez voce conheça a minha prima.
Rose: - Prima? Qual o nome dela?
Caio: - Fernanda. Conhece?

Aquilo para mim foi um choque. Ele era primo dela? Daquela que me irritava com aquele olhar. Então meus olhos voltaram para os de Caio. E lá estava. O mesmo olhar maldito que eu tanto odiava. Nem precisou de mais nada. Era tudo que faltava para completar meu dia. Me levantei, e comecei andar pela porta. Queria sair dali.

Eu vi que ele deixa um dinheiro em cima da mesa e vinha correndo em minha direção. Mas eu não queria olhar novamente para ele. Aquele olhar me incomodava. Me machucava. Por que eles tinham aquele olhar?

Caio: - Rose! Espere.

Mas era em vão. Ele me chamava. Mas não adiantava. Era tudo em vão. Não queria olha-lo. Mas eu estava de salto. E ele era atletico. Então ele me acompanhou facil. Ele me virou para olhar para ele. Sorriu. Respirou fundo.

Caio: - Nossa! Voce é bem rapida. Desculpe, mas eu te disse algo que te machucou?
Rose: - Me deixe Caio. Voce e sua prima, me irritam com esse olhar. O que voces tem?
Me deixem em paz.

E no impulso dos sentimentos ele tornou a me abraçar. Era a segunda vez que ele fazia. Eu não entedia o objetivo dele. Mas o abraço me confortou novamente. O que ele tem para me deixar desse jeito. Por que ele me acalma tanto assim? Que paz é essa que sai dele e me imunda como aguas vivas de um rio. Eu não entendia. Ele era tão diferente.

Capitulo 4 – Mudanças


“Sabe quando nada mais será igual como antes? Sabe quando o conto de fadas acaba? Sabe quando nossas esperanças, ou nossas forças acabam? Sabe aqueles momentos quando nada mais faz sentido? Então eu não estou nesses momentos. Eu acho.”

Eu não entendia. Minha mãe. Arrumava suas coisas e eu também. Dentro de meia hora estava com tudo dentro de minhas malas. Tudo estava cada vez mais estranho. Minha ficou calada enquanto eu terminava de descer as malas. Não havia ninguém dentro da casa alem de mim e minha mãe. Fora alguns policias. Eu olhei novamente para a casa. Parecia ser outra. A lua entrava pela grande janela da sala de estar, e banhava toda a sala com uma luz gélida e morta. Será que essa era a ultima vez que eu entrava nessa casa? No fundo do meu coração eu acho que sim. Minha mãe continuou andando e andando até já estar na rua. Será que ela não vai pegar o carro?

Rose: - Mãe, cadê o seu carro?
Natalia: - Caminhe Rose. Caminhe. Temos um longo caminho.
Rose: - Onde esta papai?
Natalia: - Seu pai? Ele esta preso! PRESO! – gritou.
Rose: - Como?
Natalia: - Isso mesmo que você ouviu. Ele Foi preso por trafico, assassinato, corrupção e muitos outros crimes. Ficamos sem nada por que ele nos roubou! Maldito! Mil vezes maldito!

Eu parei, olhei novamente para onde minha vida ficava para trás.  Tudo era tão diferente agora. Tudo tinha mudado. Tudo tinha perdido o seu brilho. Nada mais era igual como antes. Onde esta o luxo as riquezas quando precisamos.  Tudo havia acabado. Meus sonhos. Fomos caminhando ate um hotel simples. Minha mãe disse que ficaríamos por lá durante um tempo. E que eu ainda poderia ir a minha escola. Suas economias davam para manter ate eu conseguir uma bolsa de estudos. Dormir assim que cheguei ao quarto. Eu queria minha cama. Minha casa e acima de tudo minha vida. Tudo havia sumido como um passe de mágica. Tudo havia se transformado em um pesadelo.

Como as coisas mudaram. A noite não passava. Eu simplesmente entrei em choque. Minha vida mudara da noite para dia como se fosse normal. O dia chegou antes que eu imaginava. Era domingo. Não tinha escola. Fiquei deitada enquanto minha mãe saiu. Tinha que resolver umas coisas no centro. As horas não passavam tão rápido agora que eu estava sozinha.

Olhava o teto do quarto e imaginava o quanto tudo era diferente. As paredes do meu quarto em seu tom lilás pardo. As estantes com meus milhares de cd’s. Tudo deixado para trás. Minhas coisas. Meus pertences. Minha vida. Tudo. Tudo agora estava distante de mim para trás.

Acabei pegando no sono novamente. Sonhei que eu estava em um grande jardim tudo era verde vivido, e cheio de formosura. Tudo era perfeito. Tinha uma tenda com as colunas de ouro. Tudo era meu. Tudo era para uma princesa. Olhei e na minha frente tinha um espelho. Eu estava linda como nunca. Mas de repente tudo começou a ficar escuro. O sol deixou de brilhar e as coisas começaram a ser levadas pelo vento. Acordei e já era de noite. Estava tudo escuro. Acendi a luz do quarto e me sentei perto da janela.

A noite estava silenciosa. Não havia barulhos. Tudo estava quieto. Tudo. Minha imaginação começou a voar. Talvez umas horas dessas, eu estivesse fazendo uma festa. Festa? Nossa! Eu iria fazer uma festa. Como eu me esqueci? Mas agora do que adiante se lembrar de festa? Minha mãe chegou. Não disse nada. Deitou e dormiu. Estava sem sono. Amanheceu. Hoje eu tinha aula, mas não estava com vontade de ir para escola.

Fui à marra. Minha mãe disse que seria bom para mim. Chegando à escola todos me olhavam estranho. Entrei na minha sala. E mais olhares estranhos. Me aproximei das meninas. Mas nada de sorrisos. Em vez disso caras fechadas.

Rose: - Tudo bem. O que esta acontecendo aqui?
Julie: - O que esta acontecendo? Simples. Não queremos uma ladra como colega.
Rose: - Como é que?
Julie: - Sabemos que seu pai foi preso. Sua ladra. Sai daqui.

Eu estava chocada. As pessoas começaram a rir comas palavras da Julie. Mas tinha que ser logo ela? Sai da sala de aula. Segurando as lagrimas. Pisquei algumas vezes querendo engoli-las. Não posso ser fraca. Não posso ser fraca. Eu procurei pelo Leo. Ele não estava na sala, então deve estar com seus amigos no pátio. Fui ate onde eles estavam. Eles me olharam, mas não me deram atenção, ate eu falar.

Rose: - Oi meninos vocês viram o Leo?
João: - Ele saiu.
Carlos: - Ele não veio.

Achei estranho. Eles estavam mentindo para mim. Isso era certeza. Eles me olhavam.

Rose: - Sabe quando ele volta?
Carlos: - Você precisa dele?? Nós podemos fazer muito melhor que ele.

Todas começaram a rir de mim. Não agüentei aqui e sai da beira deles. Será que o Leo contou para eles? Fui correndo para o banheiro. Não queria sair de lá. O sinal tocou. Esperei mais um pouco. Era o fim do dia. Então eu sair.

Saindo do banheiro eu vi o Leo. Ele estava saindo também. Mas ele estava indo em direção ao fundo do colégio. Eu comecei a seguir ele. Quando eu cheguei vi que ele estava com mais umas pessoas. Umas meninas. Eles estavam rindo. E fazendo sexo oral.

Me aproximei. Eles me notaram. Fiquei quieta por um tempo. Até que eu vi quem era uma das meninas. Julie, Amanda e Gabriela. Minhas amigas me traindo com meu namorado?

Rose: - O que é isso?
Leo: - Oi Rose. Que ajudar as meninas? – disse rindo.
Rose: - O que Leo? Você que eu faça com você depois disso?
Leo: - Claro gatinha. Ou melhor, ladrazinha.
Julie: - Ladra! Vai querer fuder com meu namorado com agora?
Rose: - O que? Seu namorado?
Leo: - Tu é idiota mesmo. Você acha que eu ia ficar com você? Seu pai ta preso!
Rose: - Mas você me amava.
Leo: - Disse bem. Amava!
Rose: - mas..
Amanda: - Mais nada! Sai daqui vai.

Foi então que eu vi uma câmera na mão da Gabriela. Mas eu já estava chorando. Sai dali. Não agüentava mais ficar naquele lugar. Tudo havia mudado tanto. Minha vida de uma hora para outra tinha acabado. E tudo que eu mais queria era um consolo. Mas eu na tinha nada. Só o vazio. Tudo tinha acabado. Meus sonhos. Minha vida.

Fui correndo ate o hotel onde nós estávamos hospedadas. Entrei e me joguei na cama que seria minha por algum tempo. Chorei como eu nunca chorei na minha vida. As lagrimas saiam como um rio de água viva. Água viva? Onde eu já ouvir isso?  A Fernanda sempre disso que do trono de Deus fluem um rio de águas vivas.

Rose: - Deus? Sei que esta ai? Pode me ouvir? Olha aqui para mim! Por que tudo isso esta acontecendo? Por minha vida acabou? Você me odeia tanto assim? Onde foi que eu errei? Em querer ser feliz? Em querer ter tudo? Deus? Você pode me ouvir? Responde! Por que se cala. Covarde!

Gritei com minhas forças. Mas eu não tinha resposta. Recebia o silencio. Shhhh! O vento batia nas janelas e o silencio. Somente era possível ouvir o som dos pássaros. O vento. Olhei pela janela. Sentei na cadeira que estava perto da janela. Olhei novamente. O sol tinha sumido. Como se tivesse vergonha de mim. E estava começando uma chuva fina. Se fosse possível eu pensaria que Deus estava chorando comigo. Bobagem. Deus se esqueceu de você. Continuei olhando. Adormeci ali na cadeira. Eu não sonhei. Não tinha mais sonhos. Tudo que eu tinha agora era o vazio. O vazio de uma vida que tinha tudo. Às vezes eu pensava que isso tudo era um pesadelo que eu acordaria e tudo estaria no seu lugar. Mas ai eu lembrava que nada disso era mentira. Era a minha nova verdade. Maldita verdade que consome você. Te mata. E destrói o pouco de sonhos que temos.

Amanheceu o dia. Eu estava na cama. Como eu vim para aqui? Minha mãe tinha saído. Eram seis da manha. Me arrumei. Não queria ir para aquela escola. Mas não tinha outra forma de estudar. Mas eu tinha que ser corajosa. Me olhei no espelho. Ainda era eu ali. Rose Lopes Bittencourt. Bom agora o Bittencourt perdeu seu prestígio. Quase não vale nada como o sobrenome de minha mãe: LOPES. Mas lá estava eu. Me olhando. Ainda tinha os mesmos cabelos pretos e lisos. O desejo de todas as meninas do colégio. Os olhos mel. Era a mesma de três semanas atrás. E pelo visto serei a mesma por toda a minha vida.

Fui caminhando ate o colégio. Era perto do hotel por sorte. O portão ainda não havia sido aberto. Me sentei em um banco da praça mais afastado. Não queria ser incomodada. O vento estava forte hoje. Seria sinal teríamos chuva. Chuva! Nunca fui de gostar de chuva, mas de ontem para cá, a chuva ganhou um novo sentido para mim.

xxx: - Rose?

Olhei. Era a Fernanda.

Rose: - O que você quer? Rir da minha cara?
Fee: - Não. Por que eu faria isso?
Rose: - Simples. É o que todos estão fazendo. Rindo de mim. Não tem uma pessoa que não ri. Ate mesmo os professores estão rindo de mim. Será que isso não é motivo suficiente?
Fee: - Verdade. Mas você sabia que também riram de Jesus, quando ele estava na cruz?
Rose: - Não. Eu não sabia.
Fee: - Todos riram dele. Não acreditavam que ele era o filho de Deus. Zombaram dele. Riram. Cuspiram em seu rosto. Jesus levou maldições sobre suas costas. E ao ser pregado naquela cruz, se humilhou diante da humanidade. Mas ainda sim ninguém parava para ouvir sua bela mensagem de perdão e amor.
Rose: - E o que isso tem haver comigo?
Fee: - Tudo. Ás vezes é necessário sairmos da gloria e honra assim como Jesus fez, descer para o mundo e se torna pobre para mostrar o grande amor, sofrer humilhações e ate mesmo ser desprezado pela sociedade para então salvar o mundo.
Rose: - Me deixa Fernanda. Eu não quero mais saber de Deus. Ele me abandonou. Me esqueceu. Me repudiou. Farei o mesmo com ele.

Ela se levantou do meu lado. Sorriu. E simplesmente foi para a porta do colégio que agora já estava aberta. Olhou para o céu. E parou antes de continuar a caminhar. Olhou para mim.

Fee: - Um dia você vai entender que somente através da dor e sofrimento Deus esta mais próximo que você pensa.

Com as ultimas palavras dela, começou um chuvisco fino. Era quase invisível aos olhos. Mas eu podia sentir ali. As palavras dela estavam rodeando minha mente. Olhei para o céu. Será que Deus esta perto de mim?

Entrei, e logo percebi um aglomerado perto do telão do pátio. O que será que esta passando ali. Tentei me aproximar. Quando eu vi quase não acreditei. Todos estavam ralando de rir. Era a cena de ontem. Meu chão caiu. Tudo que eu ainda tinha havia acabado. Minhas pouquíssimas esperanças haviam acabado. Sai do colégio as minhas coisas caíram enquanto eu corria. Eu vi a Fernanda enquanto eu ia em direção ao portão. Eu não agüentava mais. Tudo para mim era demais. Respirar. Pensar. Tudo era demais para mim.

Conseguir chegar à rua. O chuvisco fino de antes, era uma chuva forte agora. Mas eu não me importei. Eu corria. Não via mais nada. Nem para onde eu andava. Só sabia que era para bem longe dali que eu queria ir.

Continuei correndo. Correndo. A liberdade me dava um pouco de alegria. Ao menos a isso eu ainda tinha direito. As lagrimas já misturadas com a chuva não me incomodava mais. Eu não tinha mais vergonha de mostrá-las ao mundo. Sim! Eu sou fraca. Era o que minha mente gritava comigo. Fraca! Fracassada! Patética.

Nada tinha mais sentido. Continuei correndo ate me esbarrar em uma senhora. Era de uma boa aparência. Vestia-se de maneira simples, mas ao mesmo tempo elegante. Ela me olhou e sorriu.

xxx: - Qual seu nome moça? – disse colocando o seu guarda chuva sobre minha cabeça.
Rose: - Rose. Meu nome é Rose... Rose Lopes.
xxx: - Hum... Prazer Rose. Meu nome é Ester. Eu moro logo ali naquela casa. Por que você não entra e se seca. Também aproveita para tomar um chá quente.
Rose: - Mas...
Ester: - Mais nada. Você é minha convidada. E sinceramente parece estar com problemas.

Olhei para Ester. Ela era uma mulher jovem. Por volta dos seus quarenta anos. Muito simpática, confesso. Aceitei o convite dela. E entrei na casa. Vi fotos da família dela. Era uma casa humilde. Então em uma das fotos eu vi quem eu mesmo esperava. Eu estava na casa...